Assim que um bebê vem ao mundo, o ser da mãe é
ressignificado, incorporando novos medos, inseguranças, e um novo sentido para
palavras como felicidade e amor. Vem também o desejo de que aqueles pequenos
olhos, ao nos olharem, reflitam a melhor versão de nós mesmas. E isso nos fortalece.
O olhar infantil traz consigo o emergir do novo, capaz
de trazer à tona as possibilidades nunca vividas, os sonhos adormecidos. O
olhar infantil é como uma brisa fresca num dia de calor intenso, daquelas que
quando toca nossa pele nos faz fechar os olhos, respirar fundo e sorrir. Revigorante.
O olhar infantil traz a realidade pintada com outras cores e isso apaga um
pouco da monotonia ou monocromia que muitas vezes a vida impõe. E não é preciso
ser mãe para ver isso, basta ser um bom observador.
Dentro deste processo de buscar a melhor versão de si
mesma, cuidado para não extrapolar e se exigir demais. Há um ponto essencial
que às vezes deixamos escapar: não importa se o seu filho foi programado ou se nasceu
de um acaso da vida, se você leu todos os livros sobre maternidade ou se nem
teve tempo para pensar nisso, se fez pilates e hidroginástica até os nove meses
ou se ficou deitada no sofá se entupindo de comida, se o quarto é todo decorado
ou divido com mais três ou quatro irmãos, se conseguiu amamentar ou não, se
trabalha ou decidiu ficar em casa, independente de como foi a gravidez ou o
parto, o seu filho vai ter total admiração por você. Isso é fato.
Não é o filho que exige que você seja melhor, é o
reflexo da esperança que reside na potência, recheado de alternativas
possíveis. Não se esqueça que procurar ser uma pessoa melhor é sempre uma ótima
opção para se seguir, mas não deixe que esta vontade ou necessidade se torne um
peso a ponto de sufocar. Num mundo sem fôlego, respirar é sempre a melhor opção.
Thatiane Moreira