martes, 19 de noviembre de 2019

Texto 1 – O início da história sobre uma menina chamada Ana

Contar histórias é muito bom, criá-las é melhor ainda.  Aqui você encontrará o início da história sobre uma menina chamada Ana, caberá a você terminar esta aventura. Então, use a sua imaginação e boa viagem! 
                                                      Narrativa, História, Sonho, Dizer, Contos De Fadas                                                         
Crie um título para a história:____________________________

Capítulo I : A vida no Orfanato

Estava noite e a chuva era muito forte, parecia que queria destruir tudo ao redor. O vento soprava manso, sem esfriar. Ana, uma menina de aproximadamente dez anos, olhava a chuva através da janela com especial admiração. Sempre ficou deslumbrada com a força das águas e como as nuvens podiam guardar tamanha força, mesmo sendo tão fluídas e leves.
Ana era uma das cinquenta crianças que viviam naquele pequeno orfanato de esquina, um tanto quanto imperceptível em meio a tantos prédios, carros e movimentos. Não chegou a conhecer os pais e ninguém sabia dizer ao certo quem eles eram. A sua única certeza era de que, em uma noite chuvosa como aquela, alguém a deixou na porta daquele orfanato, enrolada em uma espécie de manto e com um colar no pescoço, no qual se podia ler, com letras em itálico, o nome Ana. Ela adorava aquele cola.
Por não saber de seu passado, Ana gostava de criar histórias sobre seus pais, sobre sua vida antes de chegar ao orfanato e, principalmente, sobre seu futuro. Às vezes, imaginava ser uma princesa em um castelo muito distante; outras vezes era uma vaqueira ou uma dançarina, entre outras diversas fantasias. Algumas de suas professoras do orfanato chegaram a comentar que Ana poderia precisar de algum tratamento especial, já que misturava facilmente a realidade com a imaginação. Em diversos momentos, vestia tanto a personagem que ela mesma criara, que não sabia dizer ao certo se determinada situação tinha ocorrido de fato ou se fora uma simples criação.
Certo dia, Ana quis ser uma grande exploradora. Então, pegou o chapéu do Sr. Holírico, o velho porteiro do orfanato, e começou a subir na única árvore do quintal, no muro e em qualquer lugar que oferecesse uma visão mais panorâmica sobre o ambiente a ser conquistado. Pegou emprestada a lupa da coordenadora do orfanato, Sra. Leôncia, sem que esta soubesse, e começou a caçar seres “microscópicos” que, na verdade, eram lagartas, joaninhas e minhocas que viviam sob as pedras do pequeno jardim. Durante sua exploração, precisou se esconder e até mesmo lutar contra diversos animais perigosos, como a gata Mimi da Sra. Lucílda, uma das professoras do orfanato.  Mimi, a gata mais gorda que alguém pode imaginar, de repente, transformou-se no tigre mais perigoso do mundo e Ana precisou usar toda sua técnica e conhecimento para se livrar daquele animal perigoso, é claro, sem machucá-lo, afinal, era uma exploradora, e não uma caçadora de animais.
A exploração, no entanto, foi interrompida. No meio do processo aparaceu a Sra. Leôncia, para saber se Ana já havia terminado de regar as plantas e organizar a pequena horta, afinal de contas, estava de castigo. O motivo do castigo foi muito simples: havia amarrado vários balões ao cesto que a Sra. Olária, a cozinheira do orfanato, usava para guardar pães. Quando foi questionada sobre sua ação, Ana respondeu:
- Estou em uma importante missão de reconhecimento e exploração, por isso enviei aquele cesto com câmeras para poder conhecer melhor o nosso universo.
- Ana, disse Sra. Leôncia de modo ríspido, você sabia que aquilo era apenas o cesto para guardar pães da Sra. Olária, não sabia? Não havia câmeras nem nada. E, não seja tola, esse tipo de balão não chega ao espaço, como de fato não chegou. Sua sorte foi que os balões estouraram rápido. Já imaginou se o cesto caísse na cabeça de uma pessoa na rua? Poderia ter machucado alguém. Além do mais, você não pode pegar o que não é seu. Esta não é a primeira vez que esse tipo de coisa acontece, mas posso garantir que será a última. Se você não tomar juízo, vou recomendar a sua transferência para um outro orfanato. E, para mostrar que não estou brincando, domingo você será a única que não vai passear no zoológico.
- Mas, Sra. Leôncia, eu adoro animais...
- Pensasse nisso antes. Você ficará aqui e ajudará a Sra. Leonilde a fazer a faxina e arrumar o jardim. Eu ficarei aqui para supervisionar o seu trabalho.
 Se no mundo existissem bruxas, para Ana, elas teriam as feições da Sra. Leôncia: rosto magro, olhos grandes e brilhosos, nariz pronunciado, olheiras bem marcadas, rugas desenhadas por toda a face, cabelo preto sempre preso em forma de coque e duro de tanto gel. O cheiro de Sra. Leôncia também era bem particular, suas roupas exalavam odor de lavanda e seu hálito sempre cheirava a café. Seus dentes eram escurecidos e, próximo aos lábios, havia um punhado de finos pelos escuros, mas não se tratava de um bigode. Sempre que chegava perto da Sra. Leôncia, Ana ficava olhando para aqueles pelos, sem entender por que eles cresciam naquela região tão estranha.
Sra. Leôncia seguia um padrão de vestimenta, sempre estava de meia calça e saia que descia até as canelas e, mesmo nos dias de calor, usava uma estranha blusa de manga comprida. Sem contar que algumas vezes ela cuspia ao falar, principalmente quando estava muito brava, o que sempre acontecia quando se tratava de Ana.
Assim como prometera, na manhã de domingo, todas as crianças foram ao zoológico sob supervisão da professora Lucílda, menos Ana. Todas estavam felizes, vestidas de uniforme e com suas respectivas mochilas. A perspectiva era que voltassem só ao final da tarde. 
Ana viu todo o movimento da janela do dormitório feminino, que ficava no segundo andar da casa. A menina estava quieta, triste por não poder visitar os animais naquele ano, mas sabia que no ano seguinte iriam de novo e, provavelmente, ela ainda estaria ali, no orfanato. Lá de cima, Ana pôde ver o olhar de vingança da Sra. Leôncia, que verificava se tudo estava certo para a viagem.
 Assim que o ônibus partiu, a Sra. Leôncia subiu ao dormitório feminino, onde Ana estava cumprindo o seu castigo, e lhe entregou a lista de afazeres do dia. Para começar, ela ajudaria a Sra. Leonilde a arrumar os quartos e depois deveria organizar o jardim, regar as plantas, tirar as folhas secas, recolher o lixo, entre outras coisas. Ana começou muito bem, fez seu trabalho de modo exemplar ao organizar as camas. Terminado o quarto, passou para a segunda tarefa: o jardim.
Depois de meia hora a Sra Leôncia saiu para o jardim e viu Ana “fugindo” da gata Mimi, como se esta fosse um tigre feroz. A coordenadora do orfanato começou a gritar e a cuspir. Ana, coberta de terra, parou o que estava fazendo e abaixou a cabeça. Sra. Leôncia tirou violentamente o chapéu da cabeça da menina e gritou:
- Você é uma vergonha para este orfanato, uma pequena irresponsável. Onde já se viu ficar brincando quando temos tanto trabalho a fazer! E você se esqueceu de que está de castigo, mocinha? Você realmente não tem jeito, não sei mais o que fazer com você. Hoje mesmo entrarei em contato com outros orfanatos. Eu prometi, e vou cumprir.
Sra. Leôncia continuou dizendo diversas outras coisas, até que Ana, ainda cabisbaixa e com a voz embargada, disse:
- Mas...mas, Sra. Leôncia, eu arrumei o jardim...
Foi então que a Sra. Leôncia se deu conta de que o jardim estava arrumado, as folhas tinham sido recolhidas, assim como os lixos. As plantas já haviam sido regadas e tudo estava bem organizado. Ana só tomou cuidado para esconder, sob a camisa, a lupa que tinha pegado “emprestada”.
Sra. Leôncia ficou, então, sem reação. Não era o tipo de pessoa que pedia desculpas. Se limitou a limpar a garganta, erguer a cabeça e se dirigir para dentro do orfanato. Chegando à porta, virou levemente o pescoço para trás, sem olhar para Ana, e disse:
- Limpe-se e vá até meu escritório, vou passar as próximas tarefas.
O Sr.Holírico, que havia presenciado toda a cena, foi ao encontro de Ana e sem dizer nada a abraçou. A pequena menina começou a chorar e logo Sr. Holírico interveio, com sua voz rouca:
      - Pare com isso, pequena, não vale a pena chorar por causa daquela mulher. Venha cá, vamos encontrar a Sra. Leonilde, ela vai dar um jeito nessa sua sujeira. E, depois, você faz o que a Sra. Leôncia disse. Mas, antes, devolva meu chapéu, sua ratinha – e sorriu amorosamente.
    Ana retribuiu o sorriso e os dois foram procurar a Sra. Leonilde. O coraçãozinho da pequena menina estava apertado. Por mais que tentasse evitar, as histórias apareciam na sua cabeça e tomavam conta de tudo ao redor. Ela não podia evitar.
     Encontraram a Sra. Leonilde separando a roupa suja. Ao ver Ana, ela sorriu:
   -Menina, o que foi que você aprontou desta vez?
   - Nada de muito grave – disse Sr. Holírico – mas ela está precisando urgentemente de um banho, e a Sra. Leôncia a aguarda no escritório. 
    Depois de alguns minutos lá estava Ana, de frente para a sala da Sra. Leôncia. As paredes eram cobertas por livros e alguns quadros de pessoas em uma espécie de jardim. De frente para a porta, havia uma mesa enorme, cheia de papéis e coisas que Ana não sabia muito bem para que serviam. Perto da mesa, havia duas poltronas de estofado marrom. Ana achava graça nas poltronas, porque elas tinham as pernas tortas, assim como as pernas de Brício, um dos meninos do orfanato que, além de ter as pernas tortas, usava uns óculos estranhos e tinha olhos bem pequenos. Ana tentou conversar algumas vezes com Brício, queria descobrir por que ele tinha olhos tão pequenos e se ele conseguia ver o mundo diferente por causa dos óculos. Porém, Brício não gostava muito de papo, preferia ficar desenhando ou comendo giz de cera. 
       - Está me ouvindo, Ana? O que acontece com você, menina? Sempre no mundo da lua! – disse Sra. Leôncia com uma voz tão ríspida, que chacoalhou Ana por inteiro e a trouxe de volta para a realidade do escritório. 
     - Desculpe Sra. Leôncia, eu...eu apenas...
     - Não me venha com desculpas, nem com conversa fiada. Você prestou atenção no que eu disse? Ou está fantasiando de novo? Tome, estas são suas próximas tarefas. E não fique enrolando, daqui a pouco seus colegas voltam e todos devem estar presentes para o lanche da tarde.
    Ana não ousou abrir o papel que estava dobrado ao meio, limitou-se a abaixar a cabeça e sair, tentando fazer o menor barulho possível. Enquanto caminhava pelo corredor abriu o pequeno papel e começou a ler, repetindo em voz baixa, como se contasse para alguém o que estava escrito:
     -  “Ajudar a Sra. Olária a arrumar a mesa do lanche e a separar as cestas de pães”. Que bom, pensou consigo mesma. Ana adorava ajudar a Sra Olária, pois sempre ganhava balinhas ou biscoito de polvilho.
     Enquanto se dirigia para a cozinha ficou imaginando como seria a imagem que Brício fazia da Sra Leôncia, com que cores a pintaria? O pobre menino morria de medo dela, assim como todos no orfanato. 
- Boa tarde Ana! O que faz por aqui? Disse Sra Olária enquanto Ana entrava na cozinha.
A Sra. Olária era uma mulher baixa, de largos quadris, bochechas rosadas e um pescoço bem menor do que o das outras pessoas. Às vezes, Ana ficava imaginando como ficaria um colar no pescoço da Sra. Olária, provavelmente ficaria escondido entre o queixo e o peito, poderia ser que ela até esquecesse que estava com um colar e ele ficasse perdido para sempre. 
Ana gostava muito dos olhos da Sra. Olária, porque eram da cor do céu, e eles faziam a pequena menina se questionar por qual razão as pessoas tinham olhos de cores diferentes. Deveria ser pelo mesmo motivo que as borboletas possuem asas de cores distintas, pensava consigo mesma, dando a análise por encerrada.
- Boa tarde, Sra. Olária, hoje sou sua ajudante.
         - Que bom! Temos muito trabalho a fazer. Daqui a pouco os seus colegas chegam do passeio. Mas, antes de começar, vista isso.
A Sra. Olária não deixava ninguém entrar na cozinha se não estivesse de avental e com um chapeuzinho que Ana não sabia o nome, mas sabia que era para não deixar cair cabelo na comida. Às vezes, a Sra. Olária a deixava usar umas luvas enormes, com desenhos de carneirinhos, fazendo Ana se sentir uma verdadeira cozinheira, ou astronauta, dependia da brincadeira. 
      - Tome, distribua estas cestas de pães, duas em cada mesa.  Depois, coloque os guardanapos. Ah, e não se esqueça de tampar as cestas de pães, senão as moscas aproveitam.
    - Tudo bem, Sra. Olária, eu já fiz isso várias vezes. Quer que eu coloque os biscoitos também?
  - Ainda estou terminando de assar os biscoitos. E não quero saber da senhorita roubando biscoitos, entendeu? Desta vez, não consegui fazer tantos, por isso não pegue nenhum sem permissão.
   - Pode deixar, eu nem estou com fome.
   - E desde quando você come biscoitos só quando está com fome? Ah, não se esqueça de colocar o cesto com frutas no centro da mesa.
    Depois de ajudar na arrumação da mesa e com os bolsos do avental cheios de biscoitos de polvilho e balinhas de goma, que a Sra. Olária tinha lhe dado, Ana sentou na porta, entre a cozinha e o refeitório, para saborear seu pagamento, enquanto a Sra. Olária terminava de lavar a louça.  
   Aos poucos, Ana sentiu seus olhos fechando, cada vez mais pesados, o corpo foi ficando mole e uma sensação de relaxamento tomou conta da pequena menina. Até que, enfim, adormeceu.
  Estava escuro quando Ana começou a abrir os olhos, lentamente. Sem levantar a cabeça, virou o rosto para um lado e para o outro. Onde estavam todos? Será que ainda estavam no zoológico? O que tinha acontecido? A menina pensava, com uma mistura de dúvida e aflição, enquanto seu coraçãozinho começava a bater mais forte.
   Levantou-se da cama.  Quem tinha a colocado ali? Quem tinha trocado sua roupa? Ana se perguntava, sozinha, no meio do quarto escuro, enquanto examinava seu pijama. Ao sair do quarto, o cenário ficou um pouco mais iluminado, mas igualmente confuso. As paredes estavam mais velhas do que de costume, faltavam móveis e os vidros das janelas estavam quebrados. A menina, mais uma vez, indagava:
- O que aconteceu aqui?
Ana percorreu o corredor até o dormitório masculino e, a cada passo, o chão de madeira rangia, como se há muito tempo não sustentasse ninguém. O quarto dos meninos estava vazio e praticamente sem camas. Tentou acender a luz, mas por mais que mudasse o interruptor, para cima e para baixo, nada acontecia. Uma coisa chamou a atenção de Ana, era um papel preso na parede, quase se desprendendo – o que era aquilo?
 Aos poucos, ela foi se aproximando, tomando cuidado para não pisar nos pedaços de madeira e pregos que estavam no chão. Ao chegar perto do papel, não pôde deixar de soltar um suspiro e arregalar os lindos olhos negros, era um dos desenhos de Brício. Examinou o desenho bem de perto e conseguiu identificar uma pessoa pintada de laranja e algo indeterminado, que parecia um trem ou um avião. De repente, ouviu um estrondo, como se fosse uma bexiga estourando. Um calafrio percorreu todo seu corpo e se alojou bem no estômago. Ana se encostou em uma das paredes e ali ficou por alguns minutos, o suficiente para a curiosidade vencer o medo.
Com muito cuidado, começou a descer as escadas, tentando fazer o mínimo de barulho, o que era quase impossível, já que os degraus estavam tão velhos e qualquer pisada provocava um rangido. Ao chegar ao pé da escada, Ana olhou para um lado e para o outro, sem saber ao certo qual rumo tomar. O orfanato parecia estar totalmente vazio. Onde estaria a Sra. Leôncia? Ela nunca sai do orfanato! Um novo barulho interrompeu seu pensamento, agora parecia que algo tinha caído, como se fosse uma caneca.
O som vinha do refeitório, pensou Ana, enquanto se aproximava da porta. Olhou para dentro do refeitório e tudo parecia normal, a não ser pelo fato das cadeiras e mesas estarem quebradas. No canto do refeitório, quase na entrada para a cozinha, restava uma única mesa de pé e, ao seu lado, havia uma caneca estendida no chão. Ana começou a caminhar em direção à caneca, desviando das mesas, das cadeiras e dos utensílios de cozinha jogados no chão. Quando estava a três passos da caneca, algo se moveu no meio dos entulhos, bem ao lado de seu pé esquerdo. Ana segurou a respiração, enquanto seu coração batia acelerado. De repente, ouviu outro barulho e uma folha de jornal começou a se mover. Ana soltou um grito e já estava pronta para correr quando, de repente, ouviu um miado. Olhando com mais cuidado, percebeu que era Mimi, a gata da Sra. Lucílda, que estava embaixo do jornal.
        - Venha cá, Mimi. O que você faz sozinha no meio desta sujeira? Cadê todo mundo?
A gata se limitou a miar, enquanto Ana a pegava no colo. 
Fortes batidas estremeceram a porta de entrada e uma voz conhecida e rouca chamou pelo nome de Ana. Mais uma batida e, dessa vez, Mimi se assustou e pulou do colo da menina, em direção ao refeitório. Antes de abrir a porta, Ana olhou pela janela e, ao puxar a cortina, deu de cara com o Sr. Holírio que, de modo apressado, disse quase gritando:
      - Venha, Ana, chegou a hora.
      - Hora? De quê? Onde estão todos, Sr. Holírico? O que aconteceu?
      - Não se preocupe, Ana, todos estão bem. Ainda não posso dar muitas respostas, mas em breve tudo ficará mais claro. Agora, venha, abra a porta.
       Ana abriu a porta e se surpreendeu ao ver o Sr. Holírico parado na porta de um trem. A menina ficou parada, pensando como o trem tinha conseguido entrar no jardim. Será que estava sonhando? Mas os gritos do Sr. Holírico a fizeram se mover e, passando rapidamente pela porta, sem saber muito bem o porquê, entrou no trem, mas não antes de chamar por três ou quatro vezes o nome de Mimi.
   - Não se preocupe, Ana, eu cuido da Mimi - disse o Sr. Holírico, enquanto o trem começava a se mover.
   - O senhor não vem comigo? Esse trem está indo para onde?
   - Para onde tem que ir, Ana. As coisas sempre se dirigem para onde elas têm que ir – disse o Sr. Holírico, enquanto acenava,visivelmente aliviado.
     A menina estava muito confusa e se sentindo sozinha, até que, inesperadamente, uma voz ecoou dentro do trem:
      – Acene, você se sentirá melhor.
    Ana, então, sem olhar na direção da voz, começou a acenar e as imagens do Sr. Holírico e do orfanato começaram a se afastar rapidamente.

Capítulo 2: ____________________________

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

No hay comentarios:

Publicar un comentario